Meditação e corrida para combater a depressão

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Fonte: @voltwomen, no Instagram
Ao praticarmos exercícios físicos, os benefícios vão além de um corpo mais saudável: a nossa mente também fica mais saudável. Isso é explicado pela liberação de endorfina, que regula nossas emoções e funciona como um analgésico natural, durante a prática esportiva. Ocorre que, para pessoas que têm depressão, muitas vezes sair da cama já é uma grande conquista e a prática esportiva é quase impossível por vários motivos: desmotivação, cansaço, falta de confiança, ansiedade entre tantos outros.

Como aqui no blog um dos meus objetivos é dar dicas que possam ser úteis para vários tipos de pessoas, resolvi compartilhar aqui um estudo recente que associa a prática da meditação e da corrida no auxílio para combater a depressão. Vale lembrar que essas atividades não substituem o acompanhamento psiquiátrico e terapêutico, ok? Mas fato é que elas podem ser ferramentas muito poderosas para lidar melhor com essa doença.

A combinação de treino físico e mental, conhecida como treino MAP, de acordo uma linha de pesquisa, poderia ajudar e muito pessoas que sofrem de depressão. Brandon Alderman, especializado também em psicofisiologia, conduziu um estudo com jovens seriamente afetados pela depressão e o resultado foi de que 40% em média deles, com o treino MAP, conseguiram reduzir seus sintomas. Essa pesquisa foi publicada na Nature.com e pode ser acessada clicando aqui.

O motivo pelo qual o treino funcionou ainda não é conhecido. Porém, Brandon e seus colegas acreditam que sua eficácia pode estar relacionada à neurogênese, a geração de neurônios. Pessoas com depressão geram menos neurônios que pessoas as quais não sofrem dessa doença. Inclusive, na matéria a qual é a base para este post, é dito que acredita-se que a eficácia de antidepressivos também esteja ligada a isso, aumentando a neurogênese.


O aumento da geração de neurônios não foi ainda observada em humanos mas, em um estudo conduzido com animais, também publicado na Nature, foi possível observar que exercícios aeróbicos, especialmente a corrida, podem dobrar a quantidade de neurônios no cérebro de ratos. Porém, eles não vivem muito tempo. A meditação entra justamente na tentativa de mantê-los vivos por mais tempo, visto que estas células podem ser recuperadas ao se aprender algo novo.

Na tentativa de combinar corrida com meditação, Brandon conduziu um novo estudo com 52 jovens, 22 dos quais foram diagnosticados com depressão maior. Ao combinar 30 minutos de meditação e 30 de corrida duas vezes por semana durante oito meses, tanto os jovens saudáveis mentalmente quanto aqueles com depressão alegaram diminuição de sintomas depressivos - especialmente os já diagnosticados - e seus resultados em um teste de controle cognitivo melhoraram.

O porquê da eficácia dessa combinação continua sendo uma incógnita. A teoria agora é de que o hipocampo é associado à memória, de curto prazo especificamente, e à aprendizagem. Com a prática da meditação, aprende-se a identificar desvios de atenção e a voltar o foco para onde ele deveria estar, ou seja, no momento presente.

Um estudo anterior, também conduzido por Brandon, diminuiu pela metade depressivos de um grupo de mulheres que haviam sofrido abusou físico ou sexual, tinham algum vício e eram sem-teto. Esse estudo pode ser conferido clicando aqui.

Foi um desafio e tanto tomar por base um texto todo inglês e sobre ciência, mas achei que a experiência foi super positiva e fiquei feliz de trazer isto para o blog.

Caso você esteja vivenciando tristeza e desânimo constantes, pensamentos suicidas ou apenas sente que algo em você não está emocionalmente saudável, consulte um psiquiatra e um psicólogo para te auxiliarem no tratamento. Depressão não é frescura: é uma doença séria que merece nossa atenção.

Nalu

Fonte: Running and meditation change the brains of the depressed

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